quarta-feira, 14 de julho de 2010

Veneno

Seria fácil dizer que é doce e lento. Fácil e mentiroso.
Primeiramente vi de relance numa esquina. Não parei, continuei andando, eu tinha que fazer... O quê? Nada. O que perderia se voltasse? Parecia ser tão agradável. Voltei. Conversei fingindo desinteresse. Logo descobri nomes de conhecidos. Richard e Adam Otis, tios distantes que estavam por vir. Descobri sabores de chicletes desconhecidos. E que segunda iria demorar, mas eu já começara a me envenenar.
Aproxima-se de uma droga, quanto ao vício, mas disso não passa e chamar de droga seria um pecado. Não igual das capitais, tampouco um pecado do interior. Mas mesmo assim um pecado. Pecado maior era o que o veneno fazia. Viciante. Dominante. Impiedoso. Prazeroso.
Viciado. Cada semana me saciava e me tornava mais faminto. Maior a minha necessidade de sentir isso.
Com o tempo descubro que a alternativa ao veneno é a insanidade. Não que não seja loucura se envenenar. Não, não. Também não espero que chegue a compreender isso.
E isso te mata. Deliciosamente, lentamente.
Reze para não me entender.

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