segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sou velho; só não tenho idade.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sento-me, sempre na mesma cadeira. Na mesma cadeira qualquer. Na sombra, na penumbra, não gosto de luz. Retiro meus óculos e deixo, na mesa, na carteira, no chão. Apoio minha testa em minha mão direita, está quente, febril, sempre. O polegar e o médio sentem a pulsação, as veias inchadas, batendo sem parar, sem piedade. Dor já natural, conhecida, e que nunca deixou de doer. Dor que até me engana; dói por quê? Exames não mostram nada além de saúde. Há pequenos momentos que a dor não alcança. E deles corro atrás. Será que é só disso que se trata?
Sinto mesmo que estou morrendo, que isso está me consumindo, que já perdi muito de mim...
"Tudo bem?"
"Tudo."

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Morreu afogado, no mar da desgraça, preso pela teia do orgulho.

terça-feira, 14 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vamos. Respire fundo... E minta.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estão todos os adultos em igrejas.
E as crianças revoltadas na rua.
Adultos cumprem sua dita obrigação.
Crianças querem provar que os adultos estão errados,
mais até que provar que eles próprios estão certos.
Qualquer dificuldade de qualquer dos lados é deixada de lado sob o título de destino.
Ridículo, essas pessoas e suas muletas...
Travou a arma e guardou no coldre, estava determinado a não matar o homem defronte. Algo gritava para que fizesse. Ele precisava matá-lo. Ele precisava fazer algo. Deu-lhe um soco. O homem demorou um pouco para voltar o rosto pro lugar mas trazia um sorriso doentio e uma promessa de uma risada doentia. Estava com o tronco e as pernas amarrados a uma cadeira. O rosto escoriado e roxo indicava que aquele não era o primeiro soco durante as duas horas amarrado ali. O iminente assassino andava de um lado a outro, resmungava, gritava, suas passadas eram irregulares e cambaleantes; parou abruptamente na frente do homem, sacou a arma e apontando no rosto dele berrou "Como pôde?!", como fizera outras seis vezes. Mas ele não aguentava mais, ele realmente não aguentava mais. Algo gritava para que fizesse. Ele precisava matá-lo. Ele precisava fazer algo. O homem começou a rir descontroladamente, sua gargalhada era insuportável. Um tiro. Um silêncio respeitoso pairou... A gargalhada continuava a ser ouvida. O homem tinha a boca escancarada e um filete de sangue escorrendo de um buraco na testa, os olhos vidrados no teto. Com a mão livre, o então assassino segurava a cabeça e firmava os dedos contra ela. A gargalhada continuava. A gargalhada continuou... Até o segundo disparo.
Gostaria, sempre que quisesse, de ter um espelho à minha frente.
Gosto de me ver.
Não que eu admire minha imagem ou algo assim, apenas gosto de ver minha face,
minha expressão,
meu corpo,
como sou,
como
aparento
ser.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Descobri o que as pessoas esperam de mim... Merda. Esperam que eu faça merda, que eu fale merda, que eu escreva merda. Bem, ao menos elas não esperam muito de mim. Só merda.