domingo, 31 de outubro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Das macht nicht"

"Quê!?"
"Não importa."
"Claro que importa."
"O que?"
"O que você disse."
"Não importa."
"Ahn?!"
"É o significado."
"Ah..."

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Acorde mais cedo.

Você acorda, olha o relógio. Hora de sair. Ir pro trabalho, escola, universidade, não importa, de qualquer jeito você tem que ir. Ou não tem? De um jeito ou de outro, você vai. Vai e passa o dia trabalhando, estudando, zoando, dormindo, passa o dia de qualquer jeito. E vai fazendo isso durante todos os dias da sua vida(salvo domingos e feriados). Até que você para e pensa: Será que valeu a pena fazer isso? Mas antes que você se responda, você morre. No atestado de óbito não aparece a causa mortis. Poderia ser ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, câncer no fígado, overdose de Toddy, não importa, de qualquer jeito você morre.
Todas as lembranças foram queimadas
Junto com as cartas
por não me fazer compreender
prefiro nem dizer

domingo, 17 de outubro de 2010

Acho graça das pessoas.
Sei de coisas que elas nunca saberão.
Claro que elas também sabem de coisas que nunca saberei.
Algo que a maioria não sabe e que torna isso mais engraçado, é esse fato.
Erros cômicos nessa tragédia...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Estrada

Você vai pensando em voltar.
Você vai desejando muitas coisas.
Você vai e encara.
Você vai e dá à tapa a cara.
Você vai e conquista algumas coisas e desiste de coisas outras.
Você vai cair.
Você não se rende e vai.
Você vai e não volta.

domingo, 10 de outubro de 2010

Erdolchen

Você apenas sente o metal frio perfurando rapidamente as suas costas e roubando o calor do seu sangue.
Você fica tão surpreso que não sente dor.
Você se lembra que só uma pessoa sabia onde você estava.
Você se sente traído. Seus olhos perdem o foco, começam a ficar molhados.
Você fecha os olhos, transforma as lágrimas em ódio.
Você abre os olhos, tira a faca de suas costas, deixa seu sangue escorrer.
Você recolhe-se às sombras, guarda seu ódio, lembra-se que deve esperar pra conseguir o que quer.
Eu espero.

sábado, 9 de outubro de 2010

Felonia

Idiota, deixei-me enganar. O sorriso cordial do cordeiro compartilha dos mesmos dentes do sutil chacal. Vingança, é o que penso a princípio. Nada além do dever do leão. O problema é que não fui o único a ser enganado, mas fui o único a perceber a farsa. Raiva. Atacou, fingiu arrependimento e prepara-se para atacar. Maldito. Não dei ouvidos aos meus aguçados instintos. Enquanto minha boca o amaldiçoa em cinco línguas diferentes, meu cérebro pensa em uma forma de descreditar o desprezível ser. Aceitei seu arrependimento e agora a matilha não me dará ouvidos. Fúria. Preciso me focar. Controlo-me. Concentro-me. Farei como todo bom predador. 'Esperar pra atacar', xeque.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Areia

Estava cansado de vê-la. Metade de sua visão era amarela. A outra metade, azul, céu. Estava cansado de andar também. Ele sabia o que acontecera até ali, só não tinha coragem de lembrar. Sua visão se tornou toda amarela, andava cabisbaixo. Pensava em quais seriam as chances de sair vivo dali. Uma em milhões? Hoje lhe parecia o dia das improbabilidades.

Acordara em seu modesto apartamento, pegara a moto pra ir até uma cidade vizinha, dera carona a um estranho que pagou pela carona com um almoço em um restaurante, sentira-se tonto e acordara no meio do deserto com o leve barulho da areia movendo-se pela vontade do vento.

Sobe duna, desce duna. Fome. Faminto. Sede. Sedento. Sobe duna, desce duna. Azul, amarelo, amarelazul. Sobe duna... ? Uma caverna? A baixa força do vento permite que ele veja um vulto recostado na entrada da caverna. Aproxima-se. O vulto desencosta-se das pedras e acena. Algo lhe diz para sair correndo dali, deixar-se afundar na areia, queimar-se mais ao sol, qualquer coisa que não envolva entrar naquela caverna. Não obstante, se aproxima da caverna. O vulto? Um homem de cara velha e corpo jovem. Um sorriso entre os cabelos brancos e as bochechas bronzeadas. Ele segue cambaleando até o velho que lhe segura quando tomba para a frente. Lembra-se de ver uma pequena mudança no sorriso antes de desmaiar.

Acorda, agitado, está dentro da caverna. Noite. Sente um cheiro de algo sendo feito numa fogueira. Esfrega os olhos. Segue o cheiro até a entrada da caverna, onde o velho está sentando esperando que os lagartos fiquem prontos. Ele se aproxima hesitante mas resolve sentar ao lado do velho. O velho estende-lhe um lagarto fumegante que ele começa devorar sem demora. O velho indica um cantil com a cabeça. Ele bebe-o avidamente. Frescor... O velho levanta-se, "Agora você está pronto.". Ele não entende o que o velho quis dizer. Mas o velho dirige-se novamente a ele - "Levante-se". Ele mal se levanta e antes que esticasse suas mãos para tirar a areia das calças, o Velho enfia-lhe uma adaga em seu abdômen. Seu coração dispara mas tudo que ele consegue fazer é olhar a face do velho que demonstra pena, a mesma pena que demonstram os adultos ao verem uma criança perder o brinquedo. As coisas permanecem nítidas tempo suficiente para que ele veja o velho mover um dedo até os lábios como pedindo para que ele fique em silêncio. E foi o que ele fez, ficou em silêncio.

Não.

Não vou aceitar suas verdades prontas,
abaixar minha cabeça e pedir perdão.
Não vou me contentar só com isso,
mesmo sendo tudo o que tenho.