terça-feira, 26 de abril de 2011

Elas só sabem abaixar a cabeça e desviar os olhos. E brigar com quem não tem capacidade de brigar com elas, descontar no mais fraco, que desconta no mais fraco, até chegar no grande fracote que vai aguentando toda essa merda voando nele até estourar e acabar estourando alguém. Culpado ou não.

São patéticas, inúteis, espaçosas, barulhentas... Oh, como são barulhentas! Que Deus não as perdoe. Algo do tipo 'Que ar lhe falte nesses pulmões putrefeitos. Que se engasgue com essa velha saliva que banha esses dentes rotos. E que algo, se é que há algo aí, estoure nessa sua vermífica cabeça.'  Nah... Isso foi pra alguém específico e não é pra tanto. Elas podem simplesmente desaparecer.

E gritam. Gritam. E gritam. Por que gritam tanto? Gritam entre si. Gritam pros outros verem que estão gritando com outros. Gritam pra si. Gritam tudo que não fazem e nem farão. Gritam o que não tem coragem de fazer. Gritam de raiva. Gritam por necessidade. Gritam por bobeira. Gritam por besteira. Gritam besteiras. Gritam com Deus. Gritam por Deus. Como famintos pestilentos esticando os esqueléticos braços, tentando alcançar um maldito pedaço de pão que lhes é atirado.

Sabe, não importa se tem algo limpo no meio dessa merda toda. O fedor vence. A coisa toda fede.
É um câncer.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

E ninguém aqui. Mas alguém deveria estar.
Eu. Ao menos eu deveria estar aqui.
Deixei meu corpo solitário ali enquanto encarava minha mente, impassível.
Estou me desligando de novo.
Apagando o que já senti e o que estou sentindo.
Deixando de sentir.
Retornando àquela carcaça. Sorridente e indiferente.
Parece que tem que ser assim. Pois assim sempre acaba.
Isso aqui? A última tristeza. A primeira observação.
Lembranças em fatos. Ações, encenações.
O líquido escorre e o frasco esvazia.
Parece que tem que ser assim. Viver minha vida na minha cabeça.
O pior? Eu gosto disso...
Parece mais seguro. Parece mais certo.
Independente. Indomável.
Eu, eu, eu, eu e eu.
Um equilíbrio de mim.
Eu no plural.
Solitude.
Ah, o prazer em ser eu.
Indecifrável.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O brilho daqueles olhos sai aos poucos; em pequenas porções de lágrimas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Enunciações sem sentido, toscas até;
sempre o mesmo padrão, exagerado, enfatizado.
A necessidade de preencher aquele estranho vazio,
inexistente e constrangedor.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O dia em que responder positivamente, sem ironia, sem sorrisos falsos e sem olhares bizarros à pergunta "Tudo bem?"; prendam-me. Prendam-me pois perdi a insanidade.
E eu pensava que quando achasse algo de verdade, poderia parar de mentir...

sábado, 16 de abril de 2011

o que não muda

Diga, diga pra mim
que o herói ainda
terá seu prometido heróico fim
Diz, diz para mim
que o vôo já vai sair
e perdôo por atrasar assim

Por quê ignoram a feiúra?
Por quê não vêem a beleza?
Causam-me enjôo com essa paranóia.

Você sabe, o show termina sem aplausos da platéia.
Tu sabes, tudo morre; até as idéias.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Levar a vida leve mostra-se um fardo; não pesado, volumoso.
Eu carrego todas as minhas cicatrizes.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A verdade é que ninguém gosta mesmo da presença de Deus. Até nas despedidas mais rápidas, tentam empurrar ele para outro. "Vai com Deus" "Fica com Deus" "Deus te acompanhe"... Ou acham que ele é um tamagoshi ou o acham desagradável. Bem, de qualquer maneira, se eu fosse ele, passava a ignorar essa galerinha.
Se eu for inteligente, eu estou certo.
Se eu for burro, eu estou certo.
Essas coisas, feitas de pequenas ilusões.
Ah, vai-te daqui! Deixa-me quieto! Deixa-me só. Nesse iniciar de um novo dia. A escuridão continua mas a noite se torna madrugada. Sim, é nessa hora que vou ficando mais fraco. O cansaço se impõe, a loucura emerge. Mas, é nessa hora que posso recebê-la em paz. O silêncio permite que ela passeie por meu corpo e eu ainda mantenha o controle. Permite-me avaliar-me(e desprezar o que vejo). Sentir toda frustração, toda decepção, toda dor, todo asco. Pensar. Enlouquecer. Desmaiar.
Falo merda. Faço merda. Escrevo merda. Sou coerente.
Eu? Condenado a ser mal interpretado.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sorrio. Conto uma piada. Pergunto. Faço graça. Minto. E daí?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O meu problema?
Não consigo aceitar isso.

sábado, 2 de abril de 2011

Vai, interprete-me errado.

Mas, por favor, não faça muito barulho.