domingo, 6 de junho de 2010

Noturno

A cidade estava em ordem, a noite fria, meu corpo quente e minha cabeça um caos. Para variar, é claro. Achei que precisava dormir mas como isso não iria acontecer, fui tomar um banho. Impressionantemente fiz com que o caminho até o chuveiro demorasse 9 horas, talvez por eu ser evasivo demais e tentar desviar até do tempo. O que só me faz perdê-lo. Durante essas horas vi algo. Se você o visse diria que suas lágrimas eram tristeza e seu tremor frio. Eu o vi e sei o que era. Olhei nos seus olhos da única maneira possível e não tenho coragem de narrar tal miséria mental. Olhos suplicantes e firmes, orgulhosos demais, tentando esconder sua dor e seu pedido mudo por silêncio. Engoliu tudo com uma boa dose de (in)sanidade. Desmaiou. Era demais para sua cabeça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário