quarta-feira, 21 de abril de 2010

Só só

Estava no alto de uma montanha encostado em uma árvore, tão grande que parecia um monte(não sei se um monte montanha ou um monte de árvores), que com seus vigorosos galhos me protegia da sensível e gélida chuva, uma brisa constante e fresca aumentava a sensação de frio, gosto de frio, gosto de calor, gosto de sentir, mas naquele momento eu não me importava. As estrelas são tão admiráveis e faziam apenas o fundo para aquela lua cheia, branca, cheia de beleza e magestade. O níveo luar parecia um preguiçoso facho de luz vindo vagarosamente em minha direção, e chegando, tocou-me de leve e começou a roubar meu calor tão suavemente, tão delicadamente que fiquei extasiado, não reagi, não queria reagir, não sabia reagir, não poderia reagir. Ao meu lado, o copo de café emanava uma fumacinha e uma aura de calor e ainda estava cheio e eu não sabia mais disso, eu não sentia mais isso... sentia apenas o doce frio que estava se apossando de mim e... um som estridente!? TRIIIM... O alarme de incêndio do prédio vizinho. Estou recostado em uma cadeira com uma mesa ao lado. O sol quente e incômodo em meu rosto, abafado, tudo tão transformado, tudo tão mutado, tão errado... e na mesa algo ainda igual, alheio a tudo isso, um copo de café. Igual, emanando sua fumacinha e aura e, é claro, cheio disso.

Um comentário:

  1. É bem melhor quando é lido em uma folha de papel. A imaginação flui mais facilmente, os sons, as luzes, a visão. E a quebra dessa imagem se torna mais chocante. Chocante? Surpeendente, talvez.

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