segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O que sinto? - me perguntaram. Eu sinto fome, sinto sede, sinto o vento em meu rosto, sinto o sol em minha pele, sinto-me confortável no escuro, sinto-me como uma peça sobressalente, sinto que deveria me calar, sinto que eu preciso de um lugar para retornar. Sinto que este mundo está todo errado e que crer em outro é uma forma de conforto idiota e um jeito banal de se eximir da responsabilidade, sinto que acabarei num erro tolo e que todos meus rastros sumirão em poucas décadas, sinto vergonha de pertencer a mesma raça que vocês. Sinto-me sufocado; sinto-me deslocado; sinto-me preso. Sinto-me idiota. Sinto dor. Sinto desejo. Sinto formas primitivas de emoções. Sinto o opressor e todo-poderoso Tempo. Sinto-me desperdiçando minha vida, e por isso, meu caro, digo-te que sinto muito.

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