quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dia do pagamento

para alguns é o dia 5 de cada mês... Ainda não me pagaram.

Tenho feito coisas esquisitas desde o inicio desse mês e aprendido coisas mais esquisitas ainda. As pessoas começam um pedido de ajuda exaltando a qualidade que pretendem explorar "Alberto, você que é inteligente, resolve isso aqui para mim." ao ouvir isso já pensei "se pudesse, minha inteligência sentiria-se ofendida com rude persuasão" e lembro de outros exemplos... "você que é forte, carrega isso para mim." "você que é rápido, vai ali e faz isso pra mim."
O mês começou com um feliz dia do escravo. Cronos, o grande escravizador. Vi algumas (im)itações do que faço, acho que não achei muito quanto a isso. Abracei jesus numa sexta-feira, ao menos disseram que era ele. O detalhe que era uma peça teatral é importante? Não... importante seria se fosse uma peça de um quebra-cabeça(ou cabeças, depende de quem tentar...)
Tem pessoas que gostam de apanhar também... esquisito... só não mais que o dia hoje. Lindo, o céu azul claro com algumas nuvens e o sol todo preguiçoso, suspeito. Até que o dia não foi tão ruim para começar tão bonito. Ao menos não foi para mim. Chato até, ruim não.
Descobri que ser acordado no meio da última aula para reescrever um bilhete de atraso por ter perdido a primeira aula deixa-me bem tonto. São complicadíssimos de um modo simples. Onde está escrito para fazer algo, faça exatamente o contrário(Salvo algumas exceções). "Motivo: Algumas coisas e coisa alguma. Não é um fato isolado, só um elo de uma prolixa e hermética corrente distorcida pelo tempo. Na falta de espaço, uma simples conclusão: ônibus." O carrasco arma a guilhotina "Quem procura acha, né Alberto?" "ahn?" "Complete(ou conserte...) isso aqui" olho para o bilhete e na maior inocência, sem entender ainda a situação "ahn... sou meu responsável?" digo olhando receoso para o final do papel que continha um espaço para assinatura do responsável e para a data. O algoz com intenções maléficas vagarosamente retira um bilhete igual, porém em branco, que estava por baixo do outro. "Reescreve direito." "ahn... e direito seria como? Ônibus?" "É" Ok... começo a escrever... "Sabe, não vivemos sozinhos no mundo." começa o verdugo com aquela tentativa asquerosa e idiota de conscientizar alguém... "Tô sabendo." "Também não vivemos sozinhos no mercado de trabalho" "Tô sabendo" "E você deveria estudar mais" e blábláblá (in)²teligível "Mais? Qualquer coisinha já é mais. Estudo nada" "Por isso não sabe de nada" coincidentemente a última cartada do tirano encerra-se com a última palavra de meu bilhete. Olho com aquela cara de peixe que não sabe que já morreu(a cara de peixe tem sua eficácia comprovada com a cara de surpresa/susto/outra coisa qualquer e esquisita que a pessoa faz ao vê-la, essa cara de peixe era algo com uma sobrancelha arqueada e a boca em um meio sorriso para o lado contrário) coloco a caneta sobre o bilhete e saio.
"Ótimo... agora vão achar que devo alguma explicação... quem sabe no próximo dia 5?"

3 comentários:

  1. Jamais quis ofender sua inteligência. Se isso aconteceu, desculpe-me. Seguindo seu pensamento, minha inteligência é constantemente ofendida (não que eu ache isso, que fique bem claro).
    Não sou boa em fazer comentários em blogs, mas você escreve muito bem. É sério! E olha que eu nem estou precisando que você escreva algo pra mim...

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  2. Se eu tivesse uma inteligência, deixaria que tentasse ofendê-la. É só uma história para assustar criancinhas à noite, com adjetivos em excesso e excesso de adjetivos.

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  3. [ironia] Nossa! Que super legal! [/ironia]

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